Existem no mercado profissionais bem estabelecidos, com carreiras consolidadas, que precisam de uma reciclagem de conhecimento. Também existem jovens profissionais que estão antenados a tudo o que se passa à sua volta em relação ao mundo digital, mas que ainda possuem pouca experiência de mercado para atuarem de forma estratégica nas organizações.
Da mesma forma, a educação superior no Brasil não acompanhou a evolução dos conhecimentos e profissões criadas a partir da internet e das tecnologias digitais, mantendo grades curriculares que não preparam os estudantes para os desafios dessa nova era.
Em contrapartida, a crescente demanda por profissionais qualificados para atuarem em harmonia com as novas tecnologias da era digital tem trazido um questionamento à tona: como desenvolver esses profissionais? Como prepará-los para atender às demandas cada vez maiores de conhecimento técnico e estratégico no novo contexto que se configura? É isso que você vai descobrir com a leitura de hoje! Continue acompanhando!
A mudança do profissional
O primeiro movimento que se vislumbra é a mudança do perfil do profissional que as empresas estão buscando. Além de ter experiência, ele precisa estar familiarizado com as diversas tecnologias atuais, ser um usuário de boa parte delas e saber manter-se produtivo diante de tantas distrações proporcionadas por essa tecnologia.
Quem trabalha na área de marketing digital sabe o quanto uma escapada para o Facebook pode consumir de tempo, ou ainda quanto se perde em produtividade ao ficar tuitando o dia inteiro. Neste sentido, é preciso ensinar os profissionais a usarem essas tecnologias, mas também conscientizá-los a respeito do uso responsável.
As novas profissões
A morte de várias profissões vem sendo decretada, contudo, o nascimento de muitas outras às vezes é desconhecido das pessoas. O que faz um analista de mídias sociais ou um editor de conteúdo? E um analista de social CRM ou um planejador de mídia online? Como um matemático ou estatístico trabalha realizando métricas para redes sociais?
Essa quebra de paradigmas que a internet trouxe alavancou diversas profissões ainda incipientes, que sequer são ensinadas na universidade, o que acaba impactando na qualidade dos profissionais que estão no mercado de trabalho.
Até que se tenha um conhecimento consolidado a respeito da comunicação digital, o aprendizado desses profissionais se dará pelo autodidatismo, pela descoberta através da experiência e pela quebra de barreiras conceituais que permeiam o mercado. Um exemplo disso é a entrada de profissionais cada vez mais jovens no mercado digital, devido à facilidade deles em aprender novas tecnologias e aplicá-las de imediato, enquanto alguns profissionais de maior experiência ainda sofrem para compreender qual a diferença entre SMS e WhatsApp.
Desenvolvimento desses profissionais
Aos mais antigos de mercado, o foco deve ser no ensino sobre as novas tecnologias, como aplicá-las e aproveitar todo o know how de anos na profissão para potencializar os resultados das empresas. Já para os mais jovens, é importante o desenvolvimento de competências como comunicação interpessoal, relacionamento e visão de negócios, para agregar valor aos conhecimentos técnicos já adquiridos.
Para ambos, é imprescindível que se possibilitem novos aprendizados através de palestras, cursos, workshops, a fim de mantê-los atualizados e prontos para utilizar as ferramentas e recursos tecnológicos mais modernos em prol dos objetivos da empresa.
Opinião profissional
A opinião profissional de quem já entende do assunto é muito importante nesse sentido. É preciso alinhar os profissionais para fazer com que eles consigam um desenvolvimento de sucesso, conforme cita Luciano Paiva, coach e consultor de talentos da Digitalents:
“À medida que avançamos, a fronteira entre digital e analógico fica cada vez mais tênue, afinal de contas, qual negócio atualmente é capaz de prosperar sem o apoio de meios digitais para se relacionar com seu ecossistema? Por isso, eu destacaria 4 competências fundamentais para todos os profissionais, mas que devem adquirir uma musculatura extra para o desenvolvimento na era digital: 1) Foco no resultado: fazer mais, com menos e com o senso de urgência exigido por este ambiente; 2) Empreendedorismo: a capacidade de colocar ideias em prática sem esquecer de sua viabilidade econômica; 3) Orientação às pessoas: pois em última instância, o mundo digital apenas evidencia que ideias, produtos e serviços bem-sucedidos são aderentes ao propósito de vida de seus consumidores e, por último, mas não menos importante: 4) Automação: para impulsionar a curiosidade, a busca do autodesenvolvimento em um segmento que se reinventa com muita velocidade”.
Por Sandra Turchi e Luciano Paiva*
*Luciano Paiva é PCC formado pelo Instituto Ecosocial e afiliado ao ICF. Possui 20 anos de experiência corporativa em marketing, com formação em Propaganda e Marketing pela ESPM, pós-graduação em Administração pela FGV e mestrado em estratégia pelo INSPER. Com extensões em psicanálise pelo Instituto Sedes e técnicas sistêmicas, Luciano atua com Aconselhamento e Coaching de Carreira/Executivo pela Digitalents (www.digitalents.com.br) se dedicando a inspirar pessoas a entender o sentido em suas atividades diárias e aplica-lo em sua vida pessoal e profissional.