Uma nova onda de desapego nos faz refletir sobre nossos hábitos

Uma nova onda de desapego nos faz refletir sobre nossos hábitos

O século XXI trouxe à sociedade uma nova ordem, onde o consumo dita tendências, regras e define o “ser” e “estar”. Quem eu sou se não tenho o carro do ano, se não ostentar o celular mais moderno, se não compartilho as fotos daquele restaurante novo que abriu na cidade, se não posso ostentar com a roupa de grife da estação? São tendências que giram em torno do nosso ego e que na última década ganharam “likes” com o advento das redes sociais. A sociedade se condicionou ao consumo, a base fundamental do capitalismo. Mas esse hiperconsumo despertou algo muito maior em nós: onde nossas relações com os bens materiais irão parar?

A falta dessa resposta está direcionando a sociedade por um novo caminho substituindo o consumo excessivo pela economia compartilhada, uma nova forma de nos relacionarmos com os bens materiais e por que não, nossas relações pessoais? Estamos no centro de uma mudança que está gerando uma onda de desapego: reutilize, economize e compre somente o necessário. Nos últimos anos, grupos de trocas e vendas pela internet explodiram nas redes sociais em uma clara indicação de uma nova era. Vender o que não é mais usado por preço simbólico, trocar itens que não são mais necessários ao invés de comprar um novo, são exemplos de desapego que estão ganhando espaço. E não há nenhum problema nisso.

Essa onda vai além de apenas vender ou trocar aquilo que não serve mais. É uma mudança de estilo de vida que tem como objetivo diminuir o consumo e entender o que realmente importa, se livrando de objetos sem importância e manter aqueles com algum significado pra nós. A ausência do desapego em nosso cotidiano pode influenciar até em nossas relações sociais e profissionais, por isso, reflita. Invista na economia compartilhada, olhe em sua volta, quanta coisa que você não usa mais e que poderia servir a outra pessoa. No fim das contas, desapegar daquelas roupas guardadas no armário pode até gerar uma grana extra para fazer aquele curso que você tanto quer ou investir em uma viagem nas próximas férias. Mas, lembre-se, entrar na onda do desapego não é apenas sair limpando o armário ou vendendo tudo que não serve mais sem nenhum sentido: você precisa entender o significado disso, se não, só estará arrumando espaço para amontoar mais coisas.

E vou além. Essa onda que tomou conta e se espalha por vários cantos do mundo não está gerando apenas uma sociedade mais “desapegada” e/ou “minimalista”, mas ajuda a criar um sentimento tão nobre em todos nós: a empatia. Em tempos onde a individualidade e a solidão ganham espaço, se colocar no lugar do próximo e entender suas necessidades é um exercício diário de que cabe a cada um de nós. Desapegar também é ajudar ao próximo. É preciso valorizar essa tendência para que não tenhamos uma sociedade bitolada no consumismo. Temos que elevar os valores e a preocupação com o próximo, afinal, devemos nos importar com a herança que iremos deixar para a próxima geração.

sandra turchi - blog
assinatura sandra turchi
Especialista em Marketing Digital e E-commerce, palestrante, professora e sócia-diretora da Digitalents.

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