Para entusiastas do mundo digital – como eu – o ano de 2009 ficará marcado como um dos períodos de maior disseminação do uso consciente do marketing digital como grande alternativa. Creio que nunca se ouviu falar tanto de cursos e de estratégias voltados para esse setor.
São inúmeros os casos ilustrados recentemente, tanto nas pequenas como grandes empresas, o que se vê é uma busca de adequação das mídias aos orçamentos, e não o contrário, como se via antes, contando ainda com a tão sonhada possibilidade de medir praticamente tudo, do percurso de visitação do cliente até a conclusão da sua compra.
São desde exemplos de grandes empresas como as montadoras, quase todas frisando que investirão por volta de 10% de seus orçamentos em campanhas na web, a exemplos de pequenos lojistas que iniciaram há pouco tempo suas operações de e_commerce e vêem crescer seus faturamentos por meio desse novo canal.
Há lançamentos de automóveis feitos totalmente online, como da GM e da Fiat, com uma repercussão fantástica – tendo em vista que, infelizmente, não é o total da nossa população que já navega – como seu uso para estratégias one-to-one, que sempre foram uma ferramenta dos especialistas em marketing direto, e que agora não sobrevivem sem estabelecer uma conexão com o mundo digital e suas inúmeras possibilidades, incluindo-se a mobilidade trazida pelos celulares.
Estamos observando um movimento muito rico que tem feito alguns profissionais de publicidade e de marketing, literalmente, correrem atrás do prejuízo, tanto no sentido de passarem a conhecer melhor as diversas alternativas e suas possibilidades, como também no sentido de se atualizarem com uma freqüência que há muito tempo não se via. Isso se deve ao fato de que, no geral, muitas estratégias de marketing não tiveram tantas mudanças desde os primórdios, na década de 50, até o advento da internet! O que se percebe, em alguns casos, é que analistas e assistentes estão um passo à frente de seus diretores, o que tem causado certo desconforto nas atuais estruturas organizacionais!
Na verdade, acho tudo isso é muito bom! Faz com que aumente a busca por conhecimento e reduza aquela acomodação natural que existe em quase todos os setores. Também faz com que se desenvolvam novas oportunidades de trabalho, novos cargos, novas funções, com novos títulos, os quais os profissionais já estabelecidos nem sequer sonhavam um dia existir, como por exemplo, “Gestores de conteúdo”, “Gerentes de redes sociais”, “Analistas de ferramentas de busca” e por aí vai, contando ainda com seus jargões em inglês, para não perdermos o costume, é claro.
Além dessas mudanças para o marketing das empresas e para as agências de propaganda, há a necessidade de atualização também nas áreas de negócios das companhias, para que não deixem de observar as oportunidades de transações online. A isso eu tenho chamado de processo de “INTERNETIZAÇÃO” das empresas, ou seja, não basta estar online utilizando email e algumas opções de divulgação. É importante analisar alternativas para a realização de negócios na web efetivamente, e para isso é fundamental conhecer melhor esse mundo, ter parceiros confiáveis, explorar novos modelos, seja na pequena, média ou grande empresa, seja no relacionamento com o consumidor ou no mercado BtoB.
Nesse sentido os empresários deverão buscar ampliar seu conhecimento em primeiro lugar, depois identificar as empresas adequadas a cada etapa da implantação da estrutura necessária, treinar suas equipes, contratar talentos com novas habilidades, investir em equipamentos e softwares adequados, e, principalmente, pensar diferente para não deixar escapar novas oportunidades, mesmo para velhos negócios.
Publicado no Jornal Propaganda e Mkt – março/09