Como melhorar o relacionamento entre equipes de diferentes gerações na era digital?

Gerenciar pessoas nunca foi tarefa fácil, mas está se tornando cada vez mais difícil para as organizações e gestores na era digital. O motivo é a existência de diversas gerações com perfis e valores muito diversos…, o que gera conflitos e muitas vezes dificulta a boa convivência interpessoal dos colaboradores, colocando em xeque os objetivos, valores e missão da empresa.

Atualmente três grupos com identidades e características bem definidas convivem no mercado de trabalho: as gerações X, Y e Z. Cada uma delas é composta por indivíduos que se distinguem uns dos outros não apenas pela faixa etária, mas por seus anseios e objetivos. Enquanto a população X nasceu em meados de 1965 até o ano de 1979 (ou seja, tem hoje entre 35 e 49 anos), a população Y engloba os anos seguintes até 2000 (idades entre 20 a 29 anos). A geração Z inclui a população entre 12 a 19 anos atualmente.

Enquanto a geração Z é altamente conectada, multitarefa e alheia a regras, a geração X é movida por normas preestabelecidas, prefere a rotina à mudança e mescla um perfil off-line com online no ambiente profissional. No meio desta dicotomia encontra-se a geração Y, que compartilha com a geração Z o uso desenfreado das tecnologias, mas está em busca de um equilíbrio entre o pessoal e o profissional.

Diante dessa turbulência de características, desejos e anseios de cada grupo, as empresas buscam equilibrar a convivência no ambiente de trabalho para diminuir o ruído que existe entre essas gerações, buscando uma sinergia entre as equipes para que os resultados organizacionais possam ser obtidos com maior eficácia e harmonia. Nesta busca, não há como fugir dos relacionamentos, por isso é preciso estabelecer novas formas de interação e convivência entre as partes envolvidas.

Estrutura hierárquica

A geração X lida muito bem com as estruturas hierárquicas verticalizadas, contudo, o mesmo não se aplica às gerações Y e Z. Com o acesso ao conhecimento cada vez mais facilitado, as duas últimas gerações se sentem tão capacitadas quanto qualquer outro profissional mais experiente e maduro, exigindo um relacionamento de igual para igual no trabalho, esquecendo-se, às vezes, da importância da experiência. Para que todos se sintam mais à vontade para contribuir com os resultados da empresa, é preciso construir estruturas hierárquicas “horizontais”, portanto mais democráticas e “livres” na coordenação das equipes.

Gestão participativa

A falta de reconhecimento e valorização do profissional das gerações Y e Z, seja pela idade ou por pouca experiência prática, o torna um profissional volátil, instável, sempre à procura de novas oportunidades de trabalho, onde ele possa demonstrar o seu verdadeiro potencial. Ao implantar uma gestão mais participativa, a voz é dada a todos, que podem compartilhar seus conhecimentos e experiências no dia a dia da empresa e assim identificar soluções para os problemas específicos da organização.

Flexibilidade

Para os profissionais das gerações Y e Z a flexibilidade dos horários e uma maior autonomia na execução de suas atividades são pré-requisitos cruciais na hora de escolher um emprego. Esses desejos e valores, assim como a informalidade no tratamento e relacionamento para com clientes e fornecedores deixam a geração X apreensiva, ainda mais quando ela está em posição de liderança. Ao implantar outras formas de gestão, como a gestão por projetos, a empresa dá a todos os envolvidos a oportunidade de trabalhar de uma forma diferenciada, equilibrando os ânimos e tornando as relações menos conflitantes no ambiente de trabalho.

Treinamento e capacitação

Por fim, de nada adianta implementar formas inovadoras de gestão se o pensamento e o modo de agir das pessoas envolvidas não mudarem também. Portanto, investir em treinamentos e capacitações em que as pessoas possam expressar suas dúvidas e anseios, aprendendo a lidar com a diversidade e aceitar os colegas de trabalho com suas virtudes e defeitos, é algo que não pode ser deixado de lado.

As gerações são formadas de acordo com o contexto político, social, econômico, cultural e tecnológico em que vivem, mas não existe um fator que defina exatamente um grupo de pessoas. Cada pessoa é única e deve trabalhar suas competências comportamentais individualmente, buscando sempre a melhoria contínua. Desta forma, cabe às empresas investir em novas formas de interação entre as gerações, mas cabe ainda mais a elas refletirem seus papéis e transformarem sua maneira de perceberem e valorizarem os demais.

Por Sandra Turchi

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Especialista em Marketing Digital e E-commerce, palestrante, professora e sócia-diretora da Digitalents.

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