Convide-me para dançar

Convide-me para dançar

Diversidade é convidar para o baile; inclusão é convidar para dançar. Essa frase, dita por Andrea Tenuta, Head Comercial da Maturi, durante o bate papo que tivemos numa Live realizada há alguns dias, expressa bem como as empresas devem entender e se adequar para a contratação de profissionais 50+. Não adianta apenas abrir vagas para essa galera – convidar para o baile -, mas é fundamental preparar a empresa como um todo, a começar pelas lideranças e, em seguida, sensibilizar as demais pessoas de todas as áreas, além de fazer ajustes no ambiente de trabalho, para acolher esses profissionais maduros, ou seja, convidá-los efetivamente para dançar.

Infelizmente ainda há muitas empresas que abrem vagas para pessoas maduras devido à cobrança dos stakeholders, dos investidores, dos fornecedores B2B, ou para ter uma boa imagem perante o público e serem consideradas engajadas e politicamente corretas, mas acabam trocando os pés pelas mãos porque não têm um interesse genuíno nesse sentido e, assim, não se preparam adequadamente para acolher esses profissionais.

Quem fez a lição de casa direitinho foi a Credicard que tinha um projeto de contratar pessoas 50+ para a área de tecnologia, mais especificamente, para desenvolvimento de produtos. Mas antes de abrir as vagas, a empresa teve o cuidado de fazer um trabalho prévio, de levantamento na empresa das percepções das pessoas sobre esse assunto, as expectativas, e quais possíveis dores deveriam ser tratadas. Inicialmente, foi realizada uma preparação da liderança e, posteriormente, a empresa como um todo foi sensibilizada. Só depois desse terreno totalmente preparado é que teve início o processo seletivo. Houve também a análise do desempenho desses profissionais por alguns meses para garantir que os KPIs (indicadores de performance) que foram definidos no começo de fato acontecessem.

Outra empresa que começou uma jornada bem estratégica foi a Kimberly Clark que também fez um profundo diagnóstico interno para entender quais eram os desafios. Antes de pensar num plano de ação foi feita uma pesquisa com alguns grupos e ações com o time que estava liderando esse projeto para definir o trabalho que precisaria ser feito para realmente criar um ambiente inclusivo.

E várias outras empresas de diferentes portes e áreas de atuação, com jornadas e desafios distintos optaram por agir dessa forma, se preparando antes, para então conseguirem ser bem-sucedidas nessa missão.

Uma boa dica para começar a fazer essa preparação interna, quando ainda não existe uma cultura sobre essa questão, é olhar os números, ou seja, verificar se em determinada área da empresa há uma diversidade etária, ou se é só pontual. Esse levantamento pode ser feito por faixas de idade para saber quantas pessoas 40+ , 50+ etc em cada departamento trabalham na empresa. Essas segmentações podem ser feitas também por cargo, por tempo de casa, porque às vezes já existe uma diversidade grande de pessoas dessas faixas etárias, mas são aquelas que envelheceram dentro da empresa e não as que foram contratadas na maturidade.

O primeiro caminho é fazer um levantamento dentro de casa para entender qual a situação atual. Outro caminho é começar um trabalho de sensibilização e conscientização com a liderança porque quando ela entende esses números, qual o impacto disso nos negócios, é que essa pauta começa a se tornar estratégica. É possível também começar pelas beiradas, com a promoção de eventos sobre o tema, apresentando alguns cases de mercado, e em seguida criar programas específicos. Mas não tem receita de bolo porque, quando se fala de diversidade etária, estamos falando de uma mudança de cultura e a cultura de cada empresa é única. O ideal é criar ações que se conectem entre si. É começar olhando para os indicadores, conectando ações para iniciar uma jornada de diversidade, que é um processo que não tem fim e é contínuo porque senão isso se perde. E ter em mente que todo processo de mudança requer tempo, pois após a conscientização, deve haver uma mudança de comportamento.

Estudos que vem sendo feitos comprovam que as empresas que não têm pessoas com maturidade nos seus quadros perdem em inovação, em resultado financeiro e em não potencializar o que tem de melhor nesses profissionais e em não contar com equipes multigeracionais. A diversidade gera mais inovação e mais lucratividade pois times  plurais alcançam mais resultados de negócios.

E então, empresas, que tal convidar os 50+ para dançar?

* Sandra Turchi, CEO da Digitalents, especialista em Estratégia Digital

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Especialista em Marketing Digital e E-commerce, palestrante, professora e sócia-diretora da Digitalents.

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