Provavelmente você está se perguntando isso ao ler o título do artigo. No dia-a-dia do micro e pequeno empresário, com as diversas atribuições e as enormes demandas, como é possível parar para pensar em mais esse modismo? Pois é, eu lamento informá-lo, mas não é modismo, e o futuro da sua empresa tem tudo a ver com isso.
Mesmo que o seu negócio seja voltado para um público de baixa renda, por exemplo, posso demonstrar que não há escapatória. Hoje há 58 milhões de jovens das classes C, D e E, que em breve se casarão, constituirão famílias e ditarão os rumos do consumo no país. Esses jovens estão hoje conectados na internet, nos celulares, freqüentam bares e comunidades virtuais, como Orkut, MySpace, Facebook, entre outras.
O que isso quer dizer? Cada vez mais a internet faz parte da vida e da forma de consumir das pessoas, o que implica na necessidade de conhecer de perto um pouco mais sobre esse universo. É necessário saber como se comunicar com esse enorme público, pois hoje mais de 40 milhões de brasileiros estão on-line, conectados em suas casas ou no trabalho, lendo, se informando, se comunicando, trocando dados, comprando. Somente em 2006 foram transacionados mais de R$ 2,6 bilhões via e-commerce. Temos hoje mais de 8 milhões de consumidores inseridos neste universo virtual.
A internet há muito tempo deixou de ser um objeto de diversão ou um veículo que impacta somente uma pequena camada da população. O Brasil é o primeiro em navegação domiciliar com 23 milhões de lares conectados, seguido pelos EUA, França, Austrália e Japão. Quase metade dos internautas brasileiros navega em cybers cafés ou lan houses e, estatisticamente, passam mais de 23 horas por mês na internet. Há mais de 15 milhões de pessoas conectadas em um único canal de mensagem instantânea.
Somente no dia dos pais, que acabou de passar, mais de R$ 300 milhões foram comercializados pela internet. Muitas empresas estão se ajustando para divulgar suas campanhas on-line, bem como para estabelecer seu próprio e-commerce.
Há muitas formas de estar on-line, pode ser via e-mail marketing, que é um dos caminhos mais comuns; junto com os banners, mas também é possível estar presente de diversas outras formas, como mencionarei nos parágrafos a seguir.
Com o advento das novas tecnologias, é bastante usual se integrar a comunicação digital com a comunicação tradicional, utilizando tanto jornais, revistas e tevê, como a divulgação on-line. Em alguns casos é muito útil levar o consumidor do “mundo real” ao “virtual” para que se possa medir mais adequadamente o resultado de algumas ações, como no caso de inscrições para vestibulares, por exemplo. Ou mesmo para compras.
Casos como da BMW, da Diesel e da Nike, mostram como é possível ser extremamente criativo no ‘cyber espaço’. Mas você pode concluir: embora seja fato, isso ainda está muito distante do meu universo. Tudo bem, eu posso citar então o caso do Boticário, que passou a monitorar comunidades sobre seus produtos que surgiram no Orkut e passou a se relacionar de forma clara e transparente com esses consumidores, gerando um grande benefício e aproximação com a sua marca.
Há casos de muitas empresas nacionais que criaram blogs para conversar mais de perto com seus clientes (há mais de 130 milhões de blogs!), além do exemplo das montadoras de veículos, como GM e Fiat que tem investido muito nesse canal de venda, pois detectaram que mais de 60% das transações de automóveis realizadas passaram antes por uma pesquisa nos seus sites, para coleta de mais informações.
Além disso, podemos citar também o ‘mobile marketing’, ou o marketing feito em celulares, pois no Brasil são mais de 133 milhões de usuários e mais de 3 bilhões no mundo. Se compararmos, ele está hoje acima de todas as outras mídias utilizadas no país como TV, rádios, jornais e revistas. Utilizar esse meio significa ‘estar onde o consumidor está’. Esse público quer celular para ouvir música, pagar contas, ver TV, fotografar, trocar arquivos, e até falar!
Outro aspecto bastante importante a ser utilizado em qualquer campanha de marketing feita hoje na internet está relacionado às ferramentas de busca, ou ‘search engines’, que nada mais é do que anunciar no Google, o site mais utilizado do mundo para se procurar alguma informação. Para se ter uma idéia 2,7 bilhões de pesquisas são feitas mensalmente no Google, que representa 65% de todas as pesquisas efetuadas na internet. Dá pra imaginar onde essas pesquisas eram feitas antes? Em 2006 foram investidos mais de US$ 7 bilhões em links patrocinados, que é a forma mais conhecida de se anunciar nesse tipo de portal.
Você ouvirá falar bastante, também, de marketing viral, que é a proliferação via e-mail de algum material, muitas vezes produzido com esse fim, por uma agência de propaganda para o seu cliente. O nome vem de epidemias, que se proliferam com máxima intensidade. O conceito que está por trás desse tipo de ação é relacionado ao fato de que as pessoas vão reenviar algum conteúdo que faça sentido para elas e, conseqüentemente, seus colegas serão alvos deste material. Isso evita o inconveniente do Spam, e-mail ilegalmente enviado a muitas pessoas ao mesmo tempo. No marketing viral o que conta realmente é o conteúdo, que deverá ser relevante para um determinado público alvo. Mas não se pode esquecer que os efeitos são sempre imprevisíveis, pois depende de o internauta gostar e repassar e, muitas vezes, ele gosta e repassa algo que nem sempre é bom para uma empresa.
Para concluirmos, é importante ressaltar uma grande vantagem do marketing digital, que é a facilidade e a possibilidade de mensurar (métricas on-line) de todas as ações realizadas, pois se pode ‘rastrear’ os passos do internauta e com isso reavaliar e aprimorar seu site e sua comunicação com o seu público, buscando aperfeiçoar seus investimentos.
(artigo publicado na Revista Carreiras & Negócios – agosto / 2008)