Quando a demissão é motivo de comemoração

Quando a demissão é motivo de comemoração

Há dez anos, em outubro, fui demitida da Associação Comercial de São Paulo /Boa Vista, onde ocupava o cargo de Diretora de Marketing, logo após retornar da licença maternidade. Pode parecer estranho, mas para mim essa data é motivo de comemoração porque graças a isso pude me reinventar profissionalmente e agora, ao relembrar o que aconteceu, fiz uma série de reflexões e surgiu a inspiração para elaborar novos projetos. Claro que naquela época não foi nada agradável ter sido dispensada, embora eu pressentisse que isso iria acontecer porque estavam me deixando de fora de reuniões e de decisões importantes.

Por sorte, intuição, visão do futuro, ou qualquer outra razão, eu já estava cultivando uma segunda carreira sem me dar conta disso. Explico: como sempre gostei muito de estudar e do ambiente acadêmico, em 2001 resolvi mudar de lado e começar a dar aulas. Rapidamente fui convidada para lecionar Trade Marketing na ESPM, onde estou até hoje. Anos depois, durante a época em que trabalhei na Associação Comercial de SP, em paralelo, comecei a escrever muitos artigos e a publicá-los, o que deu origem ao meu blog em 2009 e futuramente seria a base para o meu livro, assim como para ministrar palestras sobre Marketing Digital. Após 2009 comecei a escrever o livro Estratégias de Marketing Digital e E-Commerce (que atualmente está na segunda edição), que foi publicado em 2012 pela Gen-Atlas após o nascimento do meu filho. 

Tudo isso, de certa forma, foi o que me salvou. Eu tinha então mais de 40 anos e poderia escolher outros caminhos, inclusive voltar a trabalhar em empresas. Só havia um porém: o preconceito que encontrei no mundo “cãoporativo” (como gosto de brincar) com relação às profissionais mulheres que têm filhos bem pequenos. 

Foi então que decidi focar nas aulas, nas palestras e nas participações em eventos e, quase um ano depois, empreender.  E em 2012, criei a minha própria empresa: a Digitalents Treinamentos e Negócios, voltada para apoiar outras empresas em sua transformação, através de Estratégia, Conhecimento e Hunting, tudo com foco no ambiente digital. Em todos esses anos de atuação já treinei mais de 100 mil pessoas. Agora estou preparando um novo projeto e também um novo livro para focalizar um dos três pilares fundamentais para a transformação digital: o lado humano (os outros dois são tecnologia e processos). Em especial, quero entender como as empresas estão buscando (se estão) e mantendo seus talentos, principalmente os talentos com maior experiência, os que têm mais de 50 anos de idade.

E você, já está se preparando para a maturidade? Sim, porque ela vai chegar. Muita gente não pensa numa segunda carreira em paralelo, enquanto está vivendo intensamente na primeira, e não entende essa necessidade de usar o tempo livre (ou encontrar algum tempo) para formular algo nesse sentido. É comum ouvir profissionais com 40 e poucos anos acharem que quando chegarem aos 50 ainda “terão muita lenha para queimar” (no mundo corporativo) – frase aliás bastante usada pelos executivos dessa faixa etária. Eles até tem mesmo, não duvido, mas as empresas em geral não pensam assim e provavelmente irão descartá-los. 

Gostaria muito de ter esse feedback. Digam-me: vocês pensam nesse assunto? Estão se programando para se manterem ativos e produtivos na maturidade? 

sandra turchi - blog
assinatura sandra turchi
Especialista em Marketing Digital e E-commerce, palestrante, professora e sócia-diretora da Digitalents.

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