O futuro das organizações – e nações – dependerá cada vez mais de sua capacidade de aprender coletivamente. A frase, de autoria de Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, falecido em 2005, não poderia ser mais adequada para o que vivemos na atualidade. A Internet, as redes sociais e os dispositivos móveis transformaram o mundo, de fato, em uma aldeia global, como previu na década de 1970, outro brilhante pensador Marshall McLuhan, quando essas tecnologias ainda estavam em estágio embrionário. Sim, hoje estamos todos conectados, e cada vez mais dessa conexão depende o nosso bom desempenho em diferentes áreas porque a palavra de ordem é colaboração.
(artigo exclusivamente produzido para o Portal HSM )
E o grande desafio é como fazer isso diante da enxurrada de informações que chegam através dos canais virtuais, que se somam às que vem pelos meios tradicionais. Segundo cálculos do IDC, renomada consultoria norte-americana, a quantidade de informação digital gerada no mundo em 2012 deverá chegar a 2,7 zettabytes, o que corresponde a um aumento de 48% em relação ao ano anterior. Nas companhias são gerados aproximadamente 15 petabytes de dados por dia. É o que se convencionou chamar de Big Data – um cabedal de informações preciosas que se bem trabalhadas e aproveitadas podem contribuir para melhorar produtos, serviços e processos, estreitar o relacionamento com clientes e parceiros de negócios e ampliar o poder de competitividade.
O problema, no entanto, não se restringe ao enorme volume de informações geradas, mas também aos diferentes formatos em que elas chegam. Como organizar, armazenar e gerenciar tudo isso, é o desafio que muitas empresas já estão enfrentando e que requer a adoção de uma prática bem conhecida na área de TI que é a governança de dados.
Para a área de marketing, em particular, o big data e as ferramentas de monitoramento e análise representam a capacidade de conhecer profundamente cada cliente e, com isso, criar estratégias e campanhas publicitárias que mais tem a ver com suas preferências, hábitos, anseios e real capacidade de compra. E aí abre-se um mundo de possibilidades de como chegar até ele: advertainment, advergaming, e-mail marketing, mobile marketing, flash mob, e tantas outras. É muito mais do que marketing one-to-one porque não são apenas mensagens da empresa para o mercado, mas sim o estabelecimento de um diálogo entre as partes. Por meio dos canais sociais há interação, há colaboração. O cliente pode escolher se quer ou não receber o aviso de uma promoção pelo celular, por exemplo, ou se prefere ser abordado por e-mail ou por algum outro meio de comunicação. Ele reclama, elogia, dá sugestões, quer um retorno rápido da empresa pelo mesmo canal que utilizou para isso, e replica tudo para sua própria rede de relacionamento.
E é o pessoal do marketing que precisa agir nesse sentido. E ir além, ou melhor, aquém. Isso mesmo. Com base nas informações que devem ser monitoradas e analisadas continuamente, é possível prever demandas e solicitações dos consumidores antes que elas se manifestem. Nesse jogo ganham todos: os clientes, que são melhor atendidos e até surpreendidos; a empresa, que fideliza esses clientes e tem a oportunidade de aperfeiçoar produtos e serviços, assegurando sua competitividade; e a sociedade, porque irá experimentar e vivenciar o poder da interação e da colaboração.
Tudo isso me faz lembrar uma frase de outro brilhante escritor e futurista, Alvin Toffler: “Os analfabetos do próximo século não serão aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender”. E eu diria mais: as empresas que não se adequarem a essa nova realidade, dificilmente irão sobreviver.