Quando chega a hora de mudar

Quando chega a hora de mudar

Sempre acreditei e coloquei em prática a filosofia de começar a pensar numa segunda carreira – e até a iniciei em paralelo – enquanto ainda estava na primeira. E como as pessoas, de forma geral, estão vivendo mais e melhor, chegando aos 80, 90, 100 anos, por que não pensar numa terceira, quarta e tantas mais carreiras? Mas quando chega de fato o momento de mudar? É quando surge a inquietação, um certo incômodo e aquela sensação de que “estou fazendo de novo a mesma coisa” e inevitavelmente tudo começa a parecer enfadonho demais. É preciso prestar atenção a esse sentimento interno, avaliar o próprio potencial, a trajetória profissional traçada até esse ponto para decidir quais novos caminhos poderão ser trilhados. Você tem que se conhecer, se autoavaliar para saber o que é importante para você e para o seu caminho, porque cada um de nós tem as suas dores e não há um padrão ou modelo a ser seguido.

E para a galera dos 50+ que está querendo se reinventar, um dos caminhos pode ser tornar-se conselheiro de empresas. Foi isso que aconteceu com a Geovana Donella, que após uma brilhante carreira como executiva corporativa, aos 40 e poucos anos de idade decidiu passar a fazer parte de conselhos (são seis no momento) e hoje inclusive dá aulas sobre o tema.

Ao que parece, muita gente já sabe o que é importante para se preparar e eventualmente se propor a ser conselheiro, como revelou a enquete que fiz no LinkedIn na semana passada. Entre os que participaram, 40% afirmaram que é preciso buscar informação específica; 28%, manter-se atualizado; 26%, ampliar sua rede de contatos; e 6%, ter conhecimentos sobre digital.

O pessoal está de parabéns! É isso mesmo, como veremos a seguir. Para ser conselheiro é preciso estudar e se preparar muito bem para entender de forma aprofundada várias questões corporativas e de governança, e já ter passado por muita coisa, aprendido bastante e inclusive errado também, para quando chegar a hora de integrar um conselho, poder fazer recomendações à empresa sobre como agir em determinadas situações. O conselheiro precisa ter um ótimo perfil de diagnóstico. “Quando a gente começa no conselho, diria que em três meses, após três ou quatro reuniões, já é possível dominar a realidade da empresa, saber como ela funciona, a relação com a gestão, a estrutura de governança que existe ou não, a estrutura que é adequada ou não, e como estão os resultados que vão desde o financeiro até o marketing. Aí a gente já tem essa habilidade e começa a propor as estratégias”, ensina Geovana.

Vale ressaltar que os bons conselheiros são aqueles que também podem dar apoio e acolher CEO em diversas questões em termos profissionais, especialmente os de empresas de gestão familiar.

Porque normalmente numa empresa de capital aberto ou numa multinacional, as estruturas de gestão já estão muitas vezes sedimentadas, com governança já avançada. Mas as empresas familiares têm muitas vezes a necessidade de partilhar as decisões com os membros do conselho e de estabelecer do zero uma governança corporativa.

Outro ponto destacado por Geovana é a importância da diversidade etária, de gênero, racial etc, nas empresas e também nos conselhos porque eles são um órgão colegiado. Então quanto mais diversificado for esse colegiado, mais irá contribuir para a inovação. Com a diversidade surgem boas estratégias baseadas nos diferentes olhares. Quando isso acontece, amplia-se a capacidade de estabelecer estratégias com um campo de visão 360 graus de forma a olhar o futuro e o presente com muito mais pé no chão.

É importante também considerar que não dá para fazer uma gestão totalmente jovem nem ter uma gestão somente 50+. O ideal é o equilíbrio entre profissionais de diferentes faixas etárias para que se possa ter de fato melhores resultados para o negócio. E sempre haverá muitas oportunidades não só para a galera de 50+, como também dos 40+ e dos 30+ para se tornarem conselheiros porque os próprios conselhos também estão mudando. O conselho do futuro com certeza não será como o conselho que existe hoje. Só é preciso ter em mente boas estruturas de gestão e conhecer profundamente os negócios de uma companhia. Geovana dá uma dica superimportante:  o conselheiro não precisa entender do negócio necessariamente na hora que ele entra no conselho, mas ele precisa entender de negócios. E não deixar de focar na sua formação, na busca de conhecimento. Pode ser formação tradicional ou não, mas sempre estar se atualizando porque não dá mais para ficar na zona de conforto de jeito nenhum.

Quem ainda não viu e quem gostaria de ver de novo, segue o caminho para assistir esse bate-papo incrível que tive com a Geovana Donella: vá ao YouTube da Digitalents.TV e assine o canal para ter acesso.

* Sandra Turchi, CEO da Digitalents, especialista em Estratégia Digital

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Especialista em Marketing Digital e E-commerce, palestrante, professora e sócia-diretora da Digitalents.

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